
Por Nivaldo Cordeiro
Dinheiro só tem importância e poder quando as instituições de Estado estão consolidadas em uma ordem liberal aceita pela maioria dos agentes econômicos e políticos, quando o império da lei “justa” está estabelecido. No momento em que as forças revolucionárias são postas em movimento e transformam o sistema jurídico no oposto da lei natural vemos instalar-se a ditadura legal, a ditadura do guarda de trânsito, a ditadura policial mais tacanha e mais terrível. Quando assistimos aos filmes sobre Hitler, especialmente aqueles do diretor húngaro István Szabó – refiro-me à imortal trilogia Mefisto, Coronel Redl e Hanussen, o caro leitor saberá do que eu estou falando. A polícia uniformizada, munida das formalidades legais, passa a caçar politicamente os inimigos da classe dirigente e também os bodes expiatórios no altar das massas. Quem manda na polícia é quem manda no mundo.
Vemos isso claramente no filme belíssimo de Spilberg A Lista se Schindler. Uma das lições é que, ao avançar o processo revolucionário, dinheiro nada vale. A loucura se instala nas instâncias de poder. O próprio Schindler se afunda com os escravos que inicialmente comprava para ganhar dinheiro com o seu trabalho. A pistola (ou o fuzil) fala mais alto do que o talão de cheques. Daniel Dantas descobriu essa dura realidade da pior forma possível.
A grande sabedoria do argumento liberal é o de que precisa haver uma separação completa e higiênica entre poder econômico e poder político, com a vigência do Estado Mínimo e do império da lei. Sem isso, os aventureiros revolucionários colocam gente como Beria no comando da polícia, eliminando paulatinamente todos os adversários.
Eu estou bastante preocupado com o que vai acontecer se o nosso ministro da Justiça conseguir pôr as mãos no banqueiro Salvatore Cacciola. Este homem é um arquivo vivo e foi figura de proa de tudo que se sucedeu no sistema financeiro nacional nos últimos anos do Governo FHC. Tem informações que poderão abalar a República e definir, antes da corrida começar, a sucessão presidencial. Aqui veremos também o fim de uma outra ilusão, aquela vivida pelos que seguem a social-democracia. Essa gente nutre um discurso reformista e amistoso com os revolucionários, subestimando o mal que estes trazem em si. A história mostra que os social-democratas são o quebra-gelos das revoluções, normalmente assumem o poder antes que os verdadeiros revolucionários o façam. FHC cumpriu esse papel, passando o bastão para Lula. Agora os revolucionários não mais sairão do poder antes de cumprido seu nefasto propósito.
O banqueiro Salvatore Cacciola sabe muito. Se falar, veremos gente graúda às voltas com a Polícia Federal, o Ministério Público e as câmaras da Rede Globo, todos algemados. Um espetáculo para as massas estúpidas, que haverão até mesmo de aplaudir os meganhas, sem terem a menor noção do que estará acontecendo. Haverá a destruição do que resta das forças de oposição a Lula pela via legal. Será uma tragédia política de largas proporções.
O tempo está próximo. Quem viver verá.
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