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Lula, sindicalista , durante o regime militar. |
É o problema da questão política com as outras questões. Se houvesse eleições,
o Médici ganhava. E foi no auge da repressão política mesmo, o que a gente chama de período mais duro do regime militar. A popularidade do Médici no meio da classe trabalhadora era muito grande. Ora, por quê? Porque era uma época de pleno emprego.
Era um tempo em que a gente trocava de emprego na hora que a gente queria. Tinha empresa que colocava perua para roubar empregado de outra empresa ...”
“... Eu acho que o regime militar, ele com todos os defeitos políticos, com todas as críticas que a gente faz, acho que há uma coisa que a gente tem de levar em conta. Depois do Juscelino, que stabeleceu o Plano de Metas, os militares tinham Planos de Metas.
O Brasil vai do jeito que Deus quer. Não existe projeto de política industrial, não existe projeto de desenvolvimento. E os militares tiveram, na minha opinião, essa virtude. Ou seja, pensar o Brasil enquanto Nação e tentar criar um parque industrial sólido.
Indústrias de base, indústrias de setor petroquímico...
Isso, obviamente, deu um dinamismo. É por isso que os exilados, quando voltaram tiveram um choque com o Brasil. Porque o Brasil, nesse período, saiu de um estado semi-industrial pra um estado industrial...”
“Presidiu o País em silêncio, lendo discursos escritos pelos outros, sem confraternizações sociais, implacável com mexericos.
Passou pela vida pública com escrupulosa honorabilidade pessoal.
Da Presidência tirou o salário de Cr$ 3.439,98 líquidos por mês (equivalente a 724 dólares ) e nada mais. Adiou um aumento da carne para vender na baixa os bois de sua estância e desviou o traçado de uma estrada para que ela não lhe valorizasse as terras.
Sua mulher decorou a granja oficial do Riacho Fundo com móveis usados recolhidos nos depósitos do funcionalismo de Brasília.”
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