Cel Av Gustavo Borges
Carta enviada ao O GLOBO
A entrevista de Carlos Eugênio Paz para o jornalista Geneton Moraes Neto, em “O GLOBO” publicado em 02/07/12 foi excelente. O terrorista “Clemente” (Carlos Eugênio Paz) confessou muitas coisas que já sabíamos, mas pouca gente acreditava.
Inicialmente ele justifica suas ações criminosas alegando sua necessidade de idealista (19 anos) de derrubar a ditadura dos generais, a qual havia afastado Jango Goulart e rasgado a Constituição.
“Clemente” acreditou em fanáticos, como Marighella, cujo objetivo, longe de defender a democracia, pretendia assumir o poder e dele se beneficiar financeiramente, como hoje fazem os terroristas dos “anos de chumbo”, atualmente teúdos e manteúdos pelas indenizações e doações concedidas, às nossas custas, pelo ínclito Lula.
O fanatismo ideológico, baseado na utopia de Karl Marx, atingia paroxismos de crueldade e traição quando matou o civil Boilensen, vários oficiais do Exército e até um companheiro da ALN (Márcio Leite de Toledo).
“Clemente” confessa ainda que os principais treinamentos eram conduzidos em Cuba, esta também encarregada de conduzir os US$ entre Moscou e o Brasil, manobra confirmada em livro do Jacob Gorender e por entrevista de Brizola a Jô Soares (tenho gravação desta).
Curiosamente, quando fugiu do Brasil, sem nunca ter sido preso, “Clemente” foi morar em Paris (8 anos). Por que não foi para o paraíso socialista cubano ou moscovita?
Estive em Moscou e Leningrado pós-Guerra Fria e pude constatar o baixíssimo padrão de vida dos soviéticos naquelas cidades, o que explica o “Clemente” lá não aparecer. Em Paris, provavelmente frequentava o Moulin Rouge e comia filet mignon com trufas.
Fui Secretário de Segurança do Estado da Guanabara, de 1963 a 1965, e através de escutas telefônicas pude constatar que Jango e Prestes tramavam implantar uma ditadura no país, dando plenos poderes a Jango. “Clemente” estava equivocado em acreditar que os militares “rasgaram” a Constituição, e sim, evitaram que Prestes e seu novo aliado implantassem o comunismo no Brasil.
Cordialmente,--
Gustavo Eugênio de Oliveira Borges
Comments powered by CComment